quinta-feira, 5 de abril de 2012

REFLEXÃO

REFLEXÃO




O mundo está carregado de hipocrisia. Os países ditos ricos do G8, encabeçados pelos Estados Unidos, esses países que dizem terem meios financeiros e militares, para manter a ordem mundial, na paz e no crescimento económico, no sentido de diminuir ou mesmo acabar com a pobreza!... É só fachada! Os países onde estão localizados interesses económicos ou estratégicos são constantemente invadidos. O lobo aparece em todas as florestas, aborda o pobre capuchinho do povo e diz-lhe que vai instalar a paz, a democracia, o progresso e melhor distribuição da riqueza mas, antes, semeia-lhe a desordem, o ódio, o medo, a anarquia, a pobreza, a desgraça e principalmente a morte. Foi o que recentemente aconteceu nesse, Mesopotâmia de outrora, onde Deus pensou levar o leite e o mel. São milhares de militares enviados e enganados! Os americanos, profissionais de guerra que vão ao Iraque para enriquecer num trabalho mercenário, acabam por voltar ao seu país encaixotados de uma forma inglória entregues às suas famílias para sepultar. E tantos civis inocentes morrem diariamente nos mais comoventes dramas sociais!..

As ajudas internacionais estão carregadas de simbolismo de falsa solidariedade para dar ao mundo uma imagem de riqueza que os acontecimentos gerados pelos desastres naturais revelam o contrário. O furacão Katrina, de 29 de Agosto de 2005, que poderá ter morto mais de dez mil pessoas nos Estados de Luisiana, Mississipi e Alabama, gerou uma onda de desespero numa população de mais de um milhão e quatrocentos mil habitantes que em estado de sítio esperaram desesperadamente que chegasse a necessária ajuda, que para muitos chegou tarde demais. Se a ajuda internacional deu resposta aos países da Ásia em 26 de Dezembro de 2004, depois do devaste e morte gerados pelo tsunami, no entanto dentro dos Estados Unidos uma semana depois, quando corpos por descobrir e população por socorrer, numa zona empestada de mosquitos, que alargaram a epidemia para outras zonas, o mundo viu faltar tudo no enquanto crescia o vandalismo, o roubo e a falta de dignidade humana. Tanta riqueza que os poderosos, os países ditos ricos, investem na guerra para semear a morte, o desespero, a desgraça e dor e, no entanto, em Nova Orleães, ali tão perto, na casa dos poderosos, mais de cento e vinte mil pessoas não conseguem mais de oito mil dólares por ano, aproximadamente vinte e dois euros por dia, para viver miseravelmente. Essa população de parcos rendimentos ficou encurralada por não ter dinheiro para poder fugir ao furacão. A lentidão, no socorro às populações que sofreram e morreram, foi deveras chocante num país que se diz rico mas com efeitos desastrosos de terceiro mundo!

Os recursos de ajuda às populações estão constantemente desviados de forma a sustentar o imperialismo mundial, pela força das armas! São precisos mais de cem mil milhões de dólares para restabelecer a vida nas zonas afectas pelo Katrina, mas a guerra continua no Iraque há três anos com dezenas de mortes diárias fruto do ódio exacerbado.

Pode perguntar-se: o quê que aprendeu o governo americano e o mundo com o onze de Setembro que produziu a morte de pessoas e a decapitação do simbolismo capitalista. É preciso dar mais atenção ao mundo e aos problemas que geram carências e dificultam ou impedem mesmo a vida normal das pessoas! Ninguém é dono da vida dos outros nem da sua própria vida! Esta é a realidade nesta vida pestilenta no início do Século Vinte e Um.

Que vergonha!.. Assim não conseguimos a justiça!.. e como disse José Saramago:

“... O homem chega tão distante, ao Planeta vermelho, mas não consegue chegar ao seu semelhante, tão perto!...”

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